É muito difícil encontrar alguém que trabalhe na aviação e que não seja fascinado por aeronaves, das menores e mais leves até os diversos Boeing existentes. Isso acontece porque cada avião carrega características muito marcantes, que os diferenciam uns dos outros. Um destes, muito popular no Brasil, é o PA34 – SENECA II, um modelo muito versátil que acaba atendendo diversas demandas.
No conteúdo de hoje iremos conhecer mais desta aeronave, que lançou voo pela primeira vez em 1967, com a sua versão original. Entretanto, anos depois, em 1975, foi lançado o modelo II do SENECA, que é a variação que conheceremos nesta leitura.
Estão prontos?
PA34 - SENECA II
Um dos bimotores mais populares que existe, o SENECA tem seu nome originário de uma tribo de indígenas americanos.
A sua primeira versão fez o voo inaugural em 1967, e anos depois passou a ser produzido no Brasil pela EMBRAER (Empresa Brasileira de Aeronáutica), sob licença da Piper Aircraft Corporation.
Essa primeira versão foi introduzida no mercado no final do ano de 1971, e teve uma boa recepção, sendo logo considerado um dos bimotores leves mais populares do mundo.
Uma vantagem que ele possui é o fato de ter um uso diversificado, podendo operar como transporte executivo, lazer, malote, escolas de aviação, taxi aéreo e até operação aeromédica.
Com o passar dos anos esse primeiro modelo foi sendo questionado, com críticas direcionadas a sua performance, que era considerada limitada.
Respondendo às críticas, a Piper introduziu no final de 1974 a versão PA34 - SENECA II, com algumas mudanças nos controles de solo da aeronave, com ailerons mais alongados e balanceados e com a adição de um "anti-servo" no leme.
Performance aperfeiçoada
Assim, o SENECA II chegava ao mercado tendo como principal característica a melhoria de sua performance.
Para que isso acontecesse foi necessário aperfeiçoar todos os pontos principais da aeronave, como por exemplo, o uso de motores turboalimentados, que trouxe resultados muito mais satisfatórios, principalmente porque proporcionou ao bimotor uma maior velocidade de cruzeiro e a oportunidade de voar em altitudes muito maiores.
Essa nova característica de alçar voos em altitudes maiores acabou proporcionando um alcance consideravelmente maior da aeronave.
As principais novidades do SENECA II
Essa nova variação do SENECA trouxe muitos incrementos, como já dissemos. Podemos destacar mais alguns, bem importantes:
O maior peso máximo de decolagem (2073kg);
Desenho mais aerodinâmico do capô dos motores;
Novos escapamentos;
Anti-servo no rudder;
Ailerons maiores.
A Piper, sua fabricante, também revelou outras melhorias se comparadas com a sua versão anterior, sendo que podemos destacar o fato da aeronave ter ficado mais rápida nas subidas, com uma rate of climb de 1550 fpm, velocidade média de até 166kt, velocidade de estol (com trens e flapes) de 63kt, teto máximo de 25.000 pés.
Mas não foi somente isso: os tanques fixaram a capacidade máxima utilizável em 465 litros, com autonomia de até 870nm.
Foram muitas melhorias que esta segunda versão do bimotor recebeu, e por conta deste cenário a linha SENECA acabou se consolidando no Brasil e no mundo, e esta segunda versão acabou entrando para a história como a mais vendida dentre as cinco produzidas até hoje.
Para se ter uma ideia da força deste bimotor no Brasil, a FAB (Força Aérea Brasileira) operou o SENECA II em missões de transporte utilitário. O exemplar pertencia a Base Aérea de Anápolis até ser desativado em 2010 e foi entregue ao Museu Aeroespacial.
Acordo para a produção do SENECA II no Brasil
Foram alguns os fatores que fizeram da linha SENECA um sucesso de vendas aqui no Brasil. Podemos destacar, principalmente, o acordo de licenciamento firmado entre a americana Piper e o fabricante brasileiro EMBRAER, que concordaram numa nova denominação EMB-810 para o mesmo projeto básico.
Outro fator determinante para a popularização do bimotor no país foi a capacidade de pousar e decolar em pistas de pouso sem pavimentação, transformando-se assim bem rapidamente na aeronave escolhida por muitos agropecuaristas brasileiros como o meio de transporte para visitas às suas fazendas.
Empresários e executivos também descobriram o bimotor, fazendo dele o meio de transporte preferido para realizar visitas às filiais de empresas, fornecedores e revendedores.
PIPER / EMBRAER
Com o acordo firmado entre a Piper e a EMBRAER, a linha SENECA passou a ser produzida no Brasil através da aeronave Seneca EMB-810, que teve algumas versões, incluindo a SENECA II.
A SENECA II foi, inclusive, a primeira versão da aeronave Seneca fabricada pela Embraer no Brasil sob licença da Piper.
Ela chegou com dois motores Continental TSIO-360 de 200 hp cada, capacidade para até 5 passageiros mais o piloto e com alcance médio de aproximadamente 1.000 milhas náuticas.
As três variações seguintes do SENECA
Em 1981 foi introduzida no mercado uma versão mais moderna da linha SENECA, a Piper SENECA III, que apresentou várias melhorias em relação aos modelos anteriores:
Motores Continental TSIO-360 de 220 hp cada, com turboalimentação;
Capacidade para até 5 passageiros mais o piloto;
O alcance foi ampliado para aproximadamente 1.350 milhas náuticas.
SENECA IV
Mais de uma década após, foi lançada a SENECA IV (em 1994), com mais aprimoramentos:
Motores Continental TSIO-360 de 220 hp cada, com turboalimentação.
Capacidade para até 5 passageiros + piloto.
O alcance foi aumentado para cerca de 1.380 milhas náuticas.
SENECA V
E por fim, em 1997 foi introduzida a Seneca V, a versão mais recente da linha, que chegou com um novo design de cabine, avanços tecnológicos e melhorias aerodinâmicas.
Conclusão
Conhecemos hoje uma das aeronaves bimotores mais populares do mundo.
A SENECA II pode até ser considerada uma senhora, já que sua fabricação já completou mais de 50 anos de vida, porém continua sendo uma escolha certa entre diversos públicos consumidores de aeronaves, seja para trabalho, seja para educação, seja para lazer.
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